domingo, 13 de fevereiro de 2011

A formula alquimista de uma temporada de Malhação

Só mais uma leitura da juventude cliche desse mundo.


E é essa bobagem que toda gurizada assiste, qual é o esforço que se tem pra fazer uma historia dessas e repetir por 15 anos na TV? E o autor consegue ter realização pessoal com isso? CLARO! Ele recebe um porrilhão de reais todo mês.


Só consigo imaginar um tipo de pessoa que assiste isso: Pré-adolescente, passou a tarde no Twitter e no Orkut, as 5h da tarde sua empregada preparou seu "misto" e o Nescau, agora ele (ou ela, de preferência) esta sentado no sofa usando sua calça laranja e seu óculos do Jaspion. Essa pessoa também nunca terminou, se por acaso começou, um livro na vida, mas tem todas as Caprichos do ano, e deve se perguntar "Quem é Legião Urbana e Cazuza?".

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

White Stripes: banda anuncia fim após 13 anos



Nesta quarta-feira (2), o WHITE STRIPES anunciou seu fim através de um comunicado divulgado pelo site oficial da dupla. A informação é do G1. Meg e Jack White fizeram questão de deixar claro que o grupo não está se separando por diferenças artísticas, nem por problemas de saúde ou falta de vontade de dar continuidade à carreira do WHITE STRIPES. A dupla alega uma "míriade de razões" para a separação. O único objetivo seria "preservar o que há de bonito e especial na banda". O último álbum lançado pelo WHITE STRIPES foi "Icky Thump", de 2007.


Leia abaixo o texto publicado por Meg e Jack White:

"O The White Stripes não pertence mais a Meg e Jack. O The White Stripes pertence agora a você, e você pode fazer com ele o que quiser. A beleza na arte e na música é que ela pode durar para sempre se as pessoas quiserem. Obrigado por compartilharem essa experiência. O seu envolvimento jamais será esquecido por nós e somos realmente gratos por isso".

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Sinceramente, aqui se perde uma das ultimas bandas atuais que tinham algo que acrescentava no meio musical, mas como foi dito a enquanto alguém ouvir suas musicas, você existira.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Metal Up Your Ass (parte 4)


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Em Fevereiro de 1983, já com Cliff Burton, a banda se mudou para uma casa em San Francisco localizada no bairro El Cerrito, bem próximo a Bay Area. Estranhamente Dave Mustaine não acompanhou os demais e preferiu morar na casa da avó do roadie Mark Whittaker, mais ou menos perto do local também. Apesar de bizarro, esse fato mostra claramente a divisão que já existia entre o guitarrista e os outros pelo duelo de egos.
A nova casa do Metallica rapidamente se converteu
em um estúdio onde a banda escreveu mais algumas músicas e gravaram algumas reedições das antigas composições com Cliff no baixo. Para encontrar o clima perfeito, Lars concordou em cancelar todos os shows nesses primeiros meses de 1983, para que tivessem tempo suficiente de ensaios e jams, inclusive no novo material, composto com a ajuda de Cliff. O primeiro show com o novo baixista (e do Metallica no ano) só ocorreu em 5 de Março em um clube chamado

The Stone em San Francisco – um dos locais preferidos do Metallica, diga-se de passagem, e um dos primeiros pontos de concentração dos fãs da banda. O setlist dessa noite contou com Hit The Lights, The Mechanix, Phantom Lord, Jump in The Fire, Motorbreath, No Remorse, Seek And Destroy, Anesthesia (sim, no primeiro show, o baixista já fez seu solo individual), Whiplash, Am I Evil?, The Prince, Blitzkrieg, um solo de Dave Mustaine e Metal Militia. Algumas imagens do famoso vídeo Cliff´Em All são da segunda apresentação, 19 de Março, no mesmo Stone.

Em janeiro daquele ano, Lars entrou em contato com o velho amigo, Brian Slagel, pedindo um adiantamento de 5.000 dólares para que a banda finalmente gravasse o seu primeiro álbum. O baterista queria um trabalho independente já que as propostas recebidas das gravadoras, até então, não eram interessantes ao futuro. Slagel não tinha a grana pois se atolou em dívidas nos últimos meses com a empolgação do Metal Massacre (aparentemente, ele sempre foi um péssimo administrador) e não poderia ajudar mais, a não ser indicando o nome de uma pessoa que talvez se interessasse no potencial dos californianos, seu nome era Johnny Zazula (ou Johnny Z como gosta de ser chamado), o proprietário de uma loja de discos do outro lado dos Estados Unidos, chamada Rock´n´Roll Heaven.

Johnny conhecera o Metallica alguns meses antes, quando um cliente chegou em sua loja com o No Life ´Til Leather e o Live Metal Up Your Ass nas mãos pedindo para ele ouvir aquele som. O empresário recebia pedidos assim todos os dias, especialmente porque as pessoas sabiam de seus contatos nas grandes gravadoras e o “empurrãozinho” que poderia dar. Mas aquele caso era diferente e pegou Mr. Zazula de surpresa com a sonoridade crua e pesada da demo.


Zazula começou a se interessar mais em saber quem eram aqueles caras da costa oeste e entrou em contato com o pessoal do Fanzine Metal Mania (lembra de onde Lars roubou o nome “Metallica”?) pedindo para que eles colocassem os integrantes em contato. Johnny também era um importante promotor de shows da Costa Leste e em breve traria o Venom para uma turnê nos EUA. Quem sabe ele não conseguisse os californianos como a banda certa de abertura? Enquanto isso, tentaria algum bom contato com uma gravadora.

Assim como aqui no Brasil existe a famosa rivalidade entre Rio e São Paulo, nos EUA também é notória a rixa entre a Costa Leste e a Costa Oeste do país e Brian Slagel nunca se conformou em perder uma banda tão promissora para um empresário do outro lado do continente. Um outro dono de uma pequena gravadora de Metal da Califórnia, Mike Varney da Shrapnel Records, também tentou algum contato com Lars Ulrich, mas nem a Metal Blade e nem a Shrapnel, conseguiram comprar a ambição e os sonhos ousados do jovem dinamarquês.

Lars, o “responsável” pelo grupo, ligou para Johnny e ambos conversaram durante bastante tempo. O baterista se empolgou com a idéia de abrir para uma banda grande como o Venom (James também era fanático pelos ingleses e não é raro encontrarmos antigas fotos com o vocalista/guitarrista ostentando a camiseta com a capa do Welcome to Hell), mas o problema era que Johnny morava em Nova Jersey, do outro lado do país (onde os shows também aconteceriam) e o Metallica não tinha dinheiro suficiente para viajar até lá e fechar a parceria.

Em 16 de Março de 1983, antes da viagem, a banda gravou um registro simples com as músicas Whiplash e No Remorse em versões preliminares. Existem duas versões para essa demo: a primeira é que era uma forma de mostrar trabalho para Johnny e ter o contrato assinado com alguma grande gravadora sem muitas dúvidas sobre a qualidade das músicas novas. A segunda versão é que seria uma boa oportunidade de mostrar pela primeira vez as composições feitas, já com Cliff no baixo, e o salto de qualidade alcançado. Essa demo tocou com muito sucesso em uma rádio de San Francisco chamada KUSF FM durante os meses que se seguiram.


Após mais uma audição cuidadosa do No Life ´Til Leather e da nova Demo e certo de um bom negócio, Johnny concordou em mandar cerca de 1.500 dólares de adiantamento para James, Lars, Cliff, Dave e também o roadie, Mark Whittaker, para que eles alugassem um furgão, colocassem todo o equipamento dentro, enchessem o tanque e fossem para Nova Jersey. A viagem durou mais ou menos uma semana com os integrantes se revezando no volante, mas quase se transformou em tragédia quando um Dave Mustaine bêbado bateu o carro em um Jipe. Por sorte ninguém se machucou, mas aquela foi a gota d´água entre Mustaine e os demais integrantes: a oportunidade da vida e o guitarrista quase jogou tudo fora por seus excessos.


Sem um lugar para ficar, cansados e com fome, o Metallica chegou à Costa Leste e hospedou-se na casa de Johnny e sua esposa (a contenção de gastos era a palavra chave). Para cobrir as despesas de alimentação dos quatro novos moradores, o empresário deixava um aparelho de som ligado na calçada tocando o No Life ´Til Leather ininterruptamente durante todo o dia e vendia cópias em fitas cassete por 3 dólares cada.

Empolgado com a qualidade do Metallica após presenciar um primeiro ensaio, Johnny fechou a parceria para que eles abrissem os shows do Venom e enquanto isso, o promotor se comprometeu a oferecer o trabalho da banda para alguma grande gravadora.

Apesar de toda expectativa girando sobre o futuro, Johnny não conseguiu grandes opções de contrato, mesmo com toda a sua rede de amigos. O problema era o som da banda: muito cru, pesado e não tocaria nas principais FMs do país pela agressividade. As gravadoras estavam receosas da resposta que o Thrash Metal encontraria no mercado. Cansado de procurar em vão por uma boa proposta, o empresário tomou uma decisão drástica: pegou toda sua grana guardada com o lucro da loja, fundou sua própria gravadora - a Megaforce Records – e assinou com o Metallica como a primeira contratação.


Para que o investimento no novo ramo não resultasse em prejuízo, Johnny acompanhava atentamente cada show e ensaio da banda na Costa Leste e começou a se sentir desconfortável com a atitude de Dave Mustaine em relação aos demais. Mustaine estava sempre fora de controle, bêbado, drogado, displicente com as responsabilidades e prejudicava os shows de abertura do Venom. A situação era insustentável, mas até hoje, nem Johnny, nem os integrantes do Metallica e nem o próprio Mustaine revelaram qual foi o grande estopim na história. A verdade é que assim que chegaram em Nova Jersey, os integrantes já queriam Dave fora pelo acidente que aconteceu na viagem.

Ao mesmo tempo em que Lars e James queriam chutar Mustaine o mais rápido possível, o nosso roadie Mark trouxe algumas fitas de shows do Exodus (lembra deles?) para a Costa Leste e mostrou o material aos amigos. Eles rapidamente se lembraram de algumas apresentações que assistiram, em especial aquela onde a banda abriu para o Metallica no Metal Monday, mas não conseguiram se lembrar da cara do guitarrista. De qualquer forma, o material era muito bom.


A primeira coisa que todos notaram sobre Kirk, era o seu jeito europeu de tocar Heavy Metal: melódico (muito técnico) e rápido, diferente da maioria dos guitarristas norte-americanos que preferia riffs diretos, sem muitas firulas.Kirk Lee Hammett nasceu em 18 de Novembro de 1962, filho de mãe filipina e pai comerciante de produtos marinhos. Kirk teve o primeiro contato com o Rock através de seus irmãos e primos, em especial seu irmão Rick e uma grande coleção de discos de nomes como Jimi Hendrix, UFO e Led Zeppelin. O pequeno Hammett cresceu querendo ser um novo Hendrix ou Santana.


Kirk começou a aprender guitarra com 15 anos de idade e um de seus primeiros professores foi ninguém menos que o mago careca Joe Satriani (que também voltaria a lhe dar aulas de aperfeiçoamento anos depois, com Kirk já no Metallica). O problema é que no começo, Hammett não tinha muita coordenação motora e Joe tentou convence-lo de que essa coisa de música não era sua praia. O futuro guitarrista se enfureceu e começou uma dedicação de mais de 12 horas diárias no instrumento. Em questão de meses, através de seu esforço, o futuro integrante do Metallica virou um autodidata no assunto.

No começo dos anos 80, Kirk comprou sua primeira Fender Stratocaster, a guitarra de seus sonhos, e se tornou um verdadeiro fanático em busca do som perfeito. O guitarrista costumava desmontar todos os seus instrumentos, misturando as partes para ver qual combinação soaria melhor até que comprou uma Gibson Flying V e a busca terminou. Para comprar um amplificador melhor (um Marshall), Kirk também trabalhou por um tempo em um Burger King de San Francisco. Nessa mesma época, ele fundou o Exodus com o finado vocalista Paul Baloff.

Exatamente no dia 1º de Abril de 1983, Mark ligou para Kirk explicando a situação sobre Dave Mustaine e perguntando se ele estaria interessado na vaga. O guitarrista se lembrava claramente do Metallica, a primeira banda da Bay Area a explodir e fazer sucesso no outro lado do país, por isso achou que a ligação era apenas uma brincadeira do Dia da Mentira (sim, eles também têm isso por lá), disse algo do tipo “Ok, tudo bem” e desligou xingando o roadie. No dia seguinte, o próprio Lars ligou novamente e disse que a proposta era séria e urgente. Kirk não podia acreditar na sorte que batia em sua porta e torrou todas as suas economias comprando uma passagem aérea de San Francisco para Nova Jersey, onde a banda estava.

O último show do Metallica com Dave Mustaine ocorreu no L´amours em Nova York em 9 de Abril de 1983 com o Venom e oVandenberg. Pouco depois da apresentação, James, Lars e Cliff decidiram quem iria informar Mustaine que ele estava demitido. Cliff acabara de entrar na banda, Lars temia a reação violenta do guitarrista, portanto sobrou para James Hetfield a comunicação do fato. Sem muita enrolação, James apenas disse que todos pensaram muito e as coisas não poderiam mais continuar desta forma: Dave estava fora.

O guitarrista, pra variar totalmente bêbado, demorou cerca de 10 minutos para arrumar suas coisas e foi colocado em um ônibus de volta para San Francisco. Reza a lenda que Mustaine passou a viagem inteira inconsciente após o último porre e só acordou (entenda-se “percebeu o que tinha acontecido”) em casa.

A saída de Dave Mustaine do Metallica é um dos capítulos mais polêmicos da história da banda e até hoje gera repercussão. Quem assistiu ao DVD Some Kind of Monster deve se lembrar da cena clássica em que o guitarrista discute com Lars Ulrich as conseqüências de sua saída e o quanto isso representou nas décadas seguintes.

Muito magoado, Dave formou o Megadeth em San Francisco alguns meses depois jurando que iria ofuscar o sucesso do seus ex-colegas e deu diversas entrevistas alfinetando James e Lars e ainda acusando Kirk de roubar indevidamente todos os seus solos naquelas primeiras músicas da banda.

A novela Metallica X Megadeth ainda gera muita polêmica e volta e meia, nos deparamos com declarações de Dave Mustaine, ora malhando a banda, ora pedindo desculpas e reconhecendo seus erros no passado.


Finalmente, em 14 de Abril, Kirk chegou à Nova Jersey e fez seu primeiro ensaio com a banda. Durante a audição, Lars, James e Cliff riam sem parar e Kirk começou a achar tudo aquilo muito estranho “será que eles pensam que sou engraçado? Ou eles sempre são pessoas felizes?” pensou o guitarrista em uma entrevista alguns anos depois. Mas a verdade é que todos adoraram a garra e a melodia que o cara trazia às composições do Metallica e ele foi aprovado sem maiores enrolações ou contratos (ao contrário da entrada de Rob Trujillo na banda há alguns anos, por exemplo).

O guitarrista não teve muito tempo para tirar as músicas pois eles já estavam em meio a uma série importantíssima de shows, afinal a turnê com o Venom continuava a todo vapor. O primeiro show de Kirk com oMetallica aconteceu dois dias depois de sua chegada, em 16 de Abril de 1983 no Showplace em Nova Jersey.

Enquanto não tocavam nos shows da Costa Leste ou ensaiavam as novas composições para a gravação do primeiro álbum, a banda aproveitava para freqüentar bares e lojas de Rock de Nova York. Foi então que os integrantes do Metallica conheceram futuros grandes amigos que, mais tarde, também se tornariam famosos na cena Thrash: o Anthrax.


Scott Ian, Dan Spitz, Neil Turbin, Danny Lilker e Charlie Benante – a formação do Anthrax na época – conheciam bem cada beco de Nova York e Nova Jersey, afinal cresceram na região, e também conheciam Zazula, por onde chegaram até o pessoal do Metallica, os “perdidos na cidade”. Vale lembrar, aliás, que os primeiro álbuns do Anthrax também saíram pela Megaforce Records.


O Anthrax era uma das únicas bandas da Costa Leste que tocava um som mais voltado ao Thrash Metal, por isso não é de se estranhar que as duas bandas se dessem tão bem. Os laços de amizade eram muito fortes e os integrantes sempre eram vistos juntos, nos mesmos shows e nas mesmas festas.

A relação cresceu ainda mais quando o Metallica teve de sair da casa dos Zazula e foi morar em um prédio apelidado “The Music Building”, onde também ensaiavam e dividiam um estúdio improvisado com os caras.



O lugar era horrível: um antigo edifício comercial sujo e sem água quente, mas funcionava muito bem como um local de ensaios e, quando a banda precisava de alguma coisa, os integrantes do Anthrax sempre davam um jeito de ajudar. O guitarrista Scott Ian chegou a emprestar um forno elétrico e uma pequena geladeira para que James e os demais pudessem preparar o almoço já que dinheiro era uma coisa rara naquele momento.

O Metallica ganhava nome também na Costa Leste e finalmente se preparava de verdade para a gravação do primeiro trabalho de estúdio. No capítulo final desta matéria, a gravação e o lançamento do Kill´Em All.

Referências Bibliográficas:

BNR – Metal Pages. http://www.bnrmetal.com
Encyclopedia Metallica. http://www.encycmet.com
Metallica Official. http://www.metallica.com
PUTTERFORD, MARK. Metallica In Their Own Words. UK: Omnibus Press, 2000
RUSSELL, XAVIER. The Definitive Metallica. UK: Omnibus Press, 1992
Wiplash.net
McIVER, JOEL. Justice for All: The Truth About Metallica. USA: Omnibus Press, 2004

Chinese Democracy: 1994 O início da saga do álbum


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A revista Classic Rock apresentou nesta série, ano por ano, um relatório dos bastidores do álbum mais controverso de todos os tempos.

Eles tinham algumas músicas prontas. No ano anterior, Axl falou à revista Hit Parader sobre uma música que - 15 anos depois - seria lançada como a penúltima faixa de "Chinese Democracy": "nós realmente ainda não sentamos para compor", disse ele. "Eu compus e gravei uma nova música de amor que eu quero colocar no novo disco, chamada 'This I Love', que é a coisa mais pesada que já fiz."

O produtor/engenheiro de som Dave Dominguez indica que essa música é ainda mais antiga, comentando que "'This I Love' é de fato uma música bem antiga do Guns... Gravada para os álbuns 'Use Your Illusion'. Eu gosto muito dessa música... Demorou algumas semanas para achar todas as fitas porque eles terminaram de gravar os álbuns já em turnê e uma fita estava em Paris, a outra em Londres e outra em Sydney, eu creio."


Na verdade, talvez Dominguez esteja enganado sobre 'This Is Love' ser originalmente uma música gravada para os UYI (os álbuns foram lançados em 17 de setembro de 1991 e, comparando as datas da turnê com as sessões de estúdio, o Guns tocou em Londres em 31 de agosto de 1991 e em 20 de abril de 1992, em Paris em 6 de junho de 1992 e em Sydney em 30 de janeiro de 1993) - é mais provável que a música tenha sido originalmente gravada na mesma época em que o material lançado no álbum "The Spaghetti Incident?".


Em 19 de janeiro, Axl apareceu na cerimônia de indicação de Elton John ao "Rock'n'Roll Hall Of Fame". Ele também tocou "Come Together", dos Beatles, com Bruce Springsteen. Essas acabaram por ser suas últimas performances em público por vários anos.


Compilado por: Lauri Löytökoski
Material adicional: Scott Rowley
Traduzido e publicação no Brasil por Wiplash


História do Rock - Parte 01 - Os Primórdios



Apesar de no decorrer de sua história o rock and roll ter ficado mais marcado por astros brancos, deve-se aos negros, escravos trazidos da África para as plantações de algodão dos Estados Unidos, a criação da estrutura rítmica e melódica que seria a base do rock. Os cantos entoados pelos negros durante o trabalho, no início do século XX dariam origem ao Blues (do inglês azul, usado para designar pessoa de pele escura, bem como tristeza ou melancolia). Focado basicamente no vocal, o blues era geralmente acompanhado apenas por violão.

Enquanto o blues se desenvolvia nos campos e pequenas cidades, nas grandes cidades por sua vez tocava-se o jazz, baseado na improvisação e marcado por bandas maiores e arranjos mais elaborados, com percussão e instrumentos de sopro.

Por um outro lado, nas igrejas evangélicas desenvolvia-se a música gospel negra, que embora obedecendo as escalas de blues, caracterizavam-se por rítmo frenético ou mesmo sensual, canções de redenção e esperança para um povo oprimido. A música era acompanhada por piano ou órgão.

A economia de guerra e o desenvolvimento da indústria havia levado mais gente dos campos para a cidade, forçando o relacionamento entre brancos e negros e a tensão social e racial mas também favorecendo a influência mútua entre a música negra (blues e seus derivados) e a música branca (principalmente country e jazz). Da fusão do blues original com os rítmos mais dançantes dos brancos surgiu o rhythm and blues, que levou a música negra ao conhecimento da população consumista.

No início da década de 50, com o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, os Estados Unidos despontavam como grande potência mundial. Mais do que em qualquer outro momento da história era incentivado o gozo da vida, marcada que estava a sociedade pelos anos de sofrimento da guerra. A população de maneira geral e inclusive as minorias pela primeira vez tinha dinheiro para gastar com supérfluos como música. Com o anúncio da explosão de bombas atômicas pela União Soviética e um possível "fim do mundo" a qualquer momento, a ordem geral era aproveitar cada momento como se fosse o último.


Numa época de mudanças surgia uma corrente intelectual inédita contrária à antiga política, rebeldia esta refletida na literatura, como no livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger, mas mais notadamente no cinema com a glorificação da antítese dos antigos valores em filmes como O Selvagem (em que Marlon Brando interpreta um delinquente).

Em pleno crescimento econômico capitalista o consumo era considerado fator primordial para geração de empregos e divisas, bem como o melhor antídoto contra o comunismo, e a busca por novos mercados consumidores era incessante. Obviamente a parcela mais jovem da população rapidamente se mostrou mais facilmente influenciavel e ao público adolescente pela primeira vez foi dado o direito de ter produtos destinados ao seu consumo exclusivo, bem como poder de escolha.



Estranhamente porém os jovens brancos em grande parte se negavam a consumir a música normalmente consumida pela maioria branca. Começaram a buscar na música dos guetos algo diferente. Com a indústria fonográfica de grande porte não preparada para suprir o público consumidor com este tipo de música ganharam importância selos pequenos de música negra.

A aceitação deste tipo de música pelo público de maior poder aquisitivo levou a incipiente indústria fonográfica da época a investir na evolução do estilo e procura e contratação de novos talentos, principalmente na procura de um jovem branco que pudesse domar aquele estilo aliando a ele uma imagem que pudesse ser vendida mais facilmente. Tornaram-se comuns os relançamentos de versões de músicas dos negros regravadas por artistas brancos, que terminavam por tirar os verdadeiros criadores do estilo do topo das paradas.

Uma outra grande revolução de costumes estava em curso. Sexo deixava de ser tabu e passava a ser considerado diversão (tanto para o homem como para as mulheres). As canções de amor por pressão do público comprador passavam a dar lugar a letras mais sacanas, embora muitas vezes fosse necessário criar versões atenuadas de versos mais diretos.

A mistura explosiva da empolgante música negra com o consumismo branco adolescente havia sido feita... a explosão era questão de tempo....


Mas quem teria sido o homem que mereceria ser coroado como responsável pela "criação" do rock and roll? Obviamente um estilo musical tão complexo não poderia Ter sua invenção atribuida incontestavelmente a apenas um indivíduo ou grupo de indivíduos. Mas se alguém merecesse ter seu nome associado à "criação" do rock como o conhecemos este alguém não seria Elvis ou Bill Haley ou Chuck Berry ou nenhum outro cantor ou band leader. O "inventor" do termo rock and roll e grande responsável pela difusão do estilo foi o disk jokey Allan Freed, radialista de programas de rhythm and blues de Cleveland, Ohio, que primeiro captou e investiu na carência do público jovem consumista por um novo tipo de música mais energética e primeiro percebeu o potencial comercial da música negra.

O termo rock and roll era uma gíria dos negros americanos, referente ao ato sexual, presente inclusive em muitas letras de blues (a exemplo de My Daddy Rocks Me With a Steady Roll da cantora Trixie Smith, de 1922). Allan Freed foi o responsável por usar o nome sonoro para denominar o novo estilo musical em que estava investindo.

Em 1951 Allan Freed criou o programa Moon Dog Show mais tarde renomeado para Moon Dog Rock and Roll Party ao mesmo tempo em que promovia festas de dança com o mesmo nome, movidas inicialmente a blues e rhythm & blues e mais tarde pelo rítmo que havia ajudado a definir e divulgar. Suas festas apesar dos constantes atritos e reclamações por parte das autoridades eram um sucesso. Tumultos lhe valeram dezenas de processos por incitação à violência.



Enquanto a juventude adotava o novo rítmo como sua marca registrada os adultos, principalmente das parcelas mais conservadoras da sociedade, a taxavam como causa de toda delinquência juvenil... apesar do exagero dos protestos, não estavam de todo errados, o gosto pelo rock era realmente parte do estilo das gangues juvenis.

Prólogo - A História do Black Sabbath


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Sempre, nos primórdios de algum importante acontecimento histórico, é muito difícil se imaginar o impacto real que aquilo terá ou deixará de ter para os eventos subseqüentes, e para todas as gerações futuras – algumas coisas são simplesmente efêmeras; outras, nem tanto, relativamente; e outras ainda, nos confiscam uma atenção e uma emoção desmedidas, que terminam por fazer-nos entender, freqüentemente muitos anos ou décadas depois, como a história estava se fazendo ali, naquele instante mágico, sem ninguém perceber.




Assim, com certeza, as hordas e tribos de milhões de adolescentes, adultos ou coroas, disseminadas ao redor do mundo todo, podem muitas vezes se esquecer, ou não se dar conta, de certas situações e fatores que levaram o gênero musical que eles tanto curtem – o rock pesado, carinhosamente apelidado de “rock pauleira”, por muitos – a atravessar o limbo das idéias fantásticas e irrealizáveis, para chegar aos aparelhos de som e toca-discos de todo o mundo despejando decibéis incríveis de criatividade e energia sobre tímpanos e mentes incrédulas com tal invenção! Como reza a velho clichê: pode ser que muitos já tivessem passeado por talpraia, e molhado os pés nesse mar vigoroso – Cream, Jimi Hendrix, Blue Cheer, e muitos mais. Mas nada faria tal experiência sair tão assombrosa e envolvente quanto as reminiscências sujas e rebeldes de quatro garotos recém-saídos de uma das mais entediantes e lúgubres cidades industriais do norte da Inglaterra... E é o que constataremos aqui.

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Para que fosse possível a realização da materia, foi consultado o seguinte material:

Black Sabbath: The Ozzy Osbourne Years
by Robert V. Conte, C. J. Henderson

Paranoid: Black Days With Sabbath and Other Horror Stories
by Mick Wall - Paperback

Ozzy Unauthorized
by Sue Crawford - Paperback

Ozzy Talking: Ozzy Osbourne in His Own Words
by Ozzy Osbourne, Harry Shaw - Paperback

Black Sabbath: An Oral History
by Mike Stark, Dave Marsh (Editor) - Paperback

Top Rock especial: Black Sabbath – A História
Luiz Seman

A História do Black Sabbath
Revista SHOWBIZZ Especial

A Família Black Sabbath
pôster – Antonio Carlos Miguel, Ed. Som Três

Série de Wiplash.net